segunda-feira, 27 de abril de 2015

Fazenda Não Me Deixes

Não Me Deixes é uma fazenda localizada no distrito de Daniel de Queiroz, município de Quixadá, Ceará. Com uma área total de 928 ha, a fazenda está localizada a cerca de 30 km da sede do município.
A fazenda Não Me Deixes abriga uma reserva particular do patrimônio natural homônima de 300 ha de caatinga arbórea e arbustiva.

(Foto da Fazenda Fazenda Não Me Deixes - Fonte: Internet)

Em 1870, o tio-avô de Rachel de Queiroz, o fazendeiro Arcelino de Queiroz, deu de herança a terra para um primo da escritora que preferiu vendê-la para se aventurar na extração da borracha, no Amazonas. Quando o tio soube, conseguiu recuperar a fazenda e devolveu para o herdeiro que voltou pobre e doente. Mas o fez prometer que não sairia mais do local e o batizaria de "Não Me Deixes". Quando o proprietário da fazenda morreu não tinha filhos e a terra voltou para as mãos do avô de Rachel que a deu de herança ao pai da escritora, Daniel de Queiroz Lima. . Por iniciativa desta, parte da fazenda foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Rachel e o marido Oyama construíram a casa em 1955. Tijolos, portas e janelas, além dos móveis, foram feitos com materiais retirados da própria fazenda. O projeto da casa foi da própria escritora, e era caracterizado por elementos rústicos: cantareiras com potes de barro, o fogão era de lenha e mobília artesanal, desenhada pela proprietária. Ela disse até que fez uma maquete da construção, com varas de mata-pasto, para mostrar como deveria ficar o telhado alto. A escritora passava meses a fio na fazenda, independentemente de ano seco ou chuvoso.




(Imagens de dentro da Fazenda Não Me Deixes - Fonte: Internet)

A RPPN, criada em 5 de novembro de 1998 através da portaria nº 148/98 do IBAMA, compreende uma área de 300 ha de caatinga arbórea e arbustiva e uma parte para uso agrícola da "Fazenda Não Me Deixes". A área apresenta boas condições de conservação da vegetação, sendo usada como área de soltura de aves nativas apreendidas pelo IBAMA em feiras e comércio irregular.

"(...) Tive a honra e a glória de receber na fazenda uma delegação
do Ibama que vinha com dois carros carregados de pássaros em
gaiolas, para os soltar nos ares livres do Não Me Deixes.
Acho que mereci essa honraria, pois sempre foi preocupação
minha, desde menina, soltar passarinho. Verdade que é meio
arriscado: os donos dos passarinhos são capazes de tudo
contra alguém que libere as suas presas. Mas a alegria
de ver voando um pássaro, antes confinado a uma gaiola,
paga todos os riscos de represálias. (...)"
Rachel de Queiroz em O Estado de S. Paulo, 30 set. 2000.

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