terça-feira, 28 de abril de 2015

Açude do Cedro

O Açude do Cedro foi construído, funcionando como marco para as obras de combate as secas. Os trabalhos de elaboração do projeto para a construção do Açude se iniciaram em 1880, mas a construção efetiva se deu a partir de 1884.

Foi projetado e construído pela Comissão de Açudes e Irrigação. Seu atual proprietário é o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), órgão federal que substituiu a Comissão de Açudes e Irrigação.

(Foto do Açude Cedro - Fonte: Internet)

Durante os 22 anos de sua construção, que se iniciou em 1884 e só findou em 1906, a responsabilidade pelas obras deste reservatório esteve a cargo da extinta Comissão de Açudes e Irrigações de Quixadá, hoje conhecida como DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

A comissão de Açudes conheceu quatro fases:
1ª Comissão – Engenheiro-Chefe Jules Jean Revy;
2ª Comissão – Engenheiro-Chefe Ulrico Mursa;
3ª Comissão – Engenheiro-Chefe José Bento da Cunha Figueiredo;
4ª Comissão – Engenheiro-Chefe Bernard Piquet Carneiro.

Em 1880, Revy se dedicou a planejar o Açude e realizar trabalhos preliminares, como medições, desenhos, etc. De 1886 a 1888 as obras, apenas iniciadas, foram suspensas. O material era (inicialmente) transportado em lombo de animais e carros de boi, devido à ausência de estradas adequadas, num processo complicado.
Com a Proclamação da República e 15 de novembro de 1889, o engenheiro Revy foi substituído por Ulrico Mursa, que foi o responsável pela construção de alguns edifícios (oficinas, almoxarifado), linha férrea, e deu inicio ao levantamento da parede. A construção da Barragem Norte foi iniciada e 1891.
Em 1895 a chefia da Comissão passa para as mãos de José Bento da Cunha Figueiredo, que concluiu a construção das barragens.
Em 1900, Piquet Carneiro assume a Comissão, fazendo os acabamentos da Barragem Principal do Açude. Alem do embelezamento da Barragem, Piquet Carneiro executou obras complementares, como os canais de irrigações, comportas, etc.

Durante o seu projeto e construção ocorreram fatos que valem ser ressaltados, como as secas dos anos de 1888/89, 1891, 1898, 1900 e 1902, o que tornou o açude uma obra considerada de emergência. Outros fatos ocorreram após a sua construção que merecem ser citados, como:
em 1924 - sangrou pela primeira vez;
em 1925 - houve uma outra sangria;
em 1930/32 - durante este período o açude secou completamente;
em 1974/75 - aproximadamente 50 anos depois, houve novas sangrias.
As ultimas sangrias ocorreram em 1986 e 1989.


O Açude possui cinco barragens: a 1ª é a Central (de forma circular e alvenaria ciclópica - pedra); a 2ª é a Austral (Sul – de terra com revestimento de pedra e cimento); a 3ª é a Boreal (Norte – Cedro Velho – de terra com revestimento de pedra e cimento); a 4ª é a Forges (na parte meridional do açude, sendo toda de terra, com apenas 2m); e a 5ª e última é a Barragem Vertedoura (Sangradouro)

(Foto da parede Açude Cedro - Fonte: Internet)

As ombreiras e a fundação da barragem do Cedro são constituídas por uma rocha magmática sienítica.
Na ocasião do projeto da barragem, em virtude da falta de dados na região, não foi possível a realização de um estudo hidrológico adequado da bacia do Cedro, o que ocasionou um superdimensionamento do mesmo em relação à sua bacia hidrográfica.
Vale salientar a importância desta obra para a região, pelo pioneirismo e dificuldades que tiveram de ser vencidas. A cuidadosa lavra da cantaria do sienito local, observada na minudência do projeto, transformou, na época, a barragem principal numa obra de arte arquitetônica, ressaltada pelo seu desenvolvimento curvo e pelos pilaretes e correntes metálicas do seu coroamento.
A barragem do Cedro integrou-se com o pequeno vale fértil onde se implantou e com a serrania que o contorna, dela sobressaindo a "Pedra da Galinha Choca". Esse conjunto paisagístico, com a presença do açude, logo se constituiu em centro turístico, sendo instituído como monumento artístico e histórico nacional.
Os canais de irrigação foram inicialmente projetados para atender cerca de 1.000 ha. Efetivamente, porém, a área irrigada nunca excedeu a 500 ha, entre outros motivos, pelo desperdício de água nas regas.

            Recentemente a Barragem do Cedro e mais cinco bens culturais foram incluídos na indicação brasileira para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural Mundial.




CURIOSIDADE SOBRE A PEDRA FALADEIRA

(Foto da Pedra Faladeira - Fonte: Internet)

A Pedra Faladeira fica bem próxima à barragem do Cedro, possui 100 metros de altura e ganhou este nome por produzir muito eco.

Diz a lenda, que enquanto celebrava a missa de inauguração da parede principal, próximo a pedra, o padre ouvia um eco sempre que falava. Achando se tratar de alguém imitando-o o padre ameaçou parar a missa. Foi então que uma das pessoas presentes gritou:
- Padre, é a pedra. Essa pedra é faladeira!

Verdade ou não, a pedra mantem esse nome e hoje é um local onde se pode praticar escalada e rapel.

Um comentário:

  1. Além de pioneira essa obra teve seu início no ano de nascimento dos meus dois avós materno e paterno em 1884. Não posso mais esquecer, estive lá e achei-a linda!

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