segunda-feira, 27 de abril de 2015

Chalé da Pedra

Construção datada de 1920.

Até o fim do século XIX havia uma pequena lagoa nas proximidades da pedra que serve de base para a construção. Durante os períodos chuvosos a água dessa lagoa transbordava e ia em direção à Pedra do Cruzeiro. Contudo, no início no século XX, quando Quixadá iniciava a organização de sua estrutura urbana, foi construída uma pequena barragem para represar a água. Com o represamento das águas, o volume acumulado foi ampliado fazendo com que, durante a estação chuvosa, a água atingisse essa pedra. Mesmo assim, por volta de 1919, o proprietário das terras, Fausto Cândido de Alencar, resolveu construir sobre uma casa sobre essa rocha.

A planta foi copiada de uma construção existente na parede do Açude Cedro em estilo Atr Noveau, planejada e edificada por Dr. Revy, engenheiro que deu início a construção do açude.

Quando o Chalé foi terminado, o sr. Antero Pinheiro da Silva subiu nos andaimes que já estavam sendo retirados para reparar um pequeno defeito na fachada, e ao descer, caiu e rolou pedra abaixo, quebrando o pescoço e tendo morte imediata.

Após o triste episódio a festa de inauguração planejada por Fausto Cândido foi suspensa e a casa ficou fechada por uns tempos.


(Chalé Antigamente - Fonte: Internet)


Depois de sua construção, a casa teve diversos usos. Os primeiros moradores foram os familiares de Delmiro de Queiroz, que, com o consentimento de Fausto Cândido, construiu nas proximidades, um parque de diversões para crianças chamado "A Casa Branca da Serra". O nome fazia referência ao fato de que a casa tinha sua parte externa pintada de branco.

A partir dos anos de 1930, nele funcionou secretamente a Loja Maçônica de Quixadá (na época a Maçonaria foi proibida pelo regime de Getúlio Vargas).

A partir da instalação de uma agência do Banco do Brasil, em 1943, o chalé passou a ser residência dos bancários. Um desses, Petrônio Cordeiro Campos, que morou por quase vinte anos, comprou o imóvel dos herdeiros de Fausto Alencar mantendo a propriedade consigo ate sua morte. Após a morte de Petrônio Cordeiro Campos, seus herdeiros venderam o chalé para a prefeitura, no mandato de Azziz Okka Baquit, embora o pagamento só tenha sido feito na primeira gestão de Ilário Marques (1993-1996)

(Chalé da Pedra, foto mais atual. - Fonte: Ronaldo Soares)

Desde a sua construção o Chalé nunca havia passado por restauro. Ao longo dos anos várias camadas de tinta, de cores diferentes, foram encobrindo suas características originais, embora os traços arquitetônicos tenham sido mantidos.
Apenas em 2010 foram iniciadas obras para o restauro do chalé, para que este viesse a se tornar o Memorial da Rachel de Queiroz.

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