quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O Leão Voltou!

A Praça José de Barros, em Quixadá, conhecida popularmente como Praça do Leão, voltou a ter uma escultura do majestoso animal na noite de 23 de novembro de 2016.

Foto: Retirada do Google

Há anos, por iniciativa do Sr. Raimundo Alfredo Teixeira, mais conhecido como Poti, o marco que é símbolo do Lions Clube foi erguido na praça. O monumento original foi retirado do local em 1993, substituído por outro que, por sua vez, também foi retirado durante uma reforma e nunca devolvido.

A escultura atual foi uma doação da Associação de Filhos e Amigos de Quixadá (Afaqui) e foi produzida pelo escultor quixadaense Jock Marrone Batista dos Santos, que definiu este como um dos trabalhos mais importantes da sua vida. Duas toneladas de ferro, cimento e brita foram transformados em uma estátua de 2,20m de comprimento por 1,90m de altura.

Jock Marrone, o escultor e sua obra.
Foto: retirada do Google.

A memória de Quixadá agradece a iniciativa. O trabalho foi iniciado em novembro de 2015 e pode ser apreciado por todos que passarem pela Praça José de Barros.

Foto: Retirada do Google

terça-feira, 15 de março de 2016

Quixadá - Onde tudo começou!

Toda a zona ribeirinha do rio Sitia - o Gueiru dos indígenas - era habitada pelos índios tapuias e canindés, que aos poucos, foram abandonando a região, à medida que seus domínios eram conquistados pelos brancos.

Os primeiros civilizados que devassaram aquelas terras fizeram-no pelo Baixo-Jaguaribe primeiro, o afluente Banabuiú e em seguida o Sitiá, objetivando a conquista de novas áreas para a criação de gado.


Datam de 1698 as primeiras concessões de terras feitas naquelas plagas. No entanto, sua ocupação efetiva só teve início em 1705, quando Manoel Gomes de Oliveira, André Moreira de Barros e outros, nelas conseguiram penetrar, vencida a hostilidade indígena.

Em 1743, completava-se a distribuição das terras marginais do rio Sitiá, sendo iniciado o povoamento de seu afluente Tapuiará, dos rios Quinimporó, Choró, Pirangi e Feijão. Os povoadores, comumente, emigravam de Pernambuco.

A colonização da área do atual município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o rio Banabuiú e depois o rio Sitiá.

A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de Dom Maurício, em 1641. Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de Carlos Azevedo, eram o "Sítio Quixedá" adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.

Em 1747 as terras foram vendidas a José de Barros Ferreira por 250 mil réis, mas apenas 8 anos depois ele tomou posse de suas terras e construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito de Quixeramobim.

No século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava Cariri à Fortaleza, ocorreu uma forte urbanização do município.

Em 27 de outubro de 1870 foi criado o município de Quixadá (Lei provincial n.° 1.347), desmembrando-o de Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.

Com o projeto e a construção do Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000 aproximadamente), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.

Origem do Topônimo: Há grandes controvérsias. Em alguns documentos antigos figura como Queixada ou Quixedá. Sabe-se, no entanto, que o termo é de origem indígena.
Paulino Nogueira, em seu livro vocabulário indígena, presume que o nome vem da tribo Tapuiá dos Quixarâs.
Para Teodoro Sampaio, a palavra pertence a Língua Cariri e não tem significado. Segundo Martins, significa "Oh! Eu sou o Senhor",Qui-"oh", Xé-"eu" e Uará-"senhor", tendo-se corrompido em Quixadá.
Pompeu Sobrinho atribuiu em princípio, a esse topônimo a origem Tupi e deu-lhe a seguinte interpretação: Qui-"ponta"; Chai-"gancho""torcida"; e Ita-"pedra" donde se conclui: Pedra da Ponta Encurvada ou Torcida. Essa interpretação se relaciona com a paisagem quixadaense onde tem pedras singulares como, por exemplo, a Galinha Choca, Bico de Arara.
Eusébio de Souza diz ser o vocábulo de origem Guarani que significa Pedra da Ponta Curvada. Os antigos falavam em Curral de Pedra, haja vista a localização da cidade que de fato, está cercada de monólitos.

(Foto: Quixadá Antiga - Fonte Internet)

Quixadá está localizado a 167 km da capital Fortaleza.

Gentílico: quixadaense 
População - 85.351 hab, segundo o IBGE em 2015. População 2010 - 80.604.
Clima - O clima é tropical quente semi-árido.
Vegetação - A vegetação característica da maior parte do município é a caatinga arbustiva densa ou aberta, caracterizada pela presença de cactos e vegetação rasteira com árvores baixas e cheias de espinho.
Relevo e solos - A maior parte do território faz parte das depressões sertanejas com maciços residuais, como a serra do Estevão. Notabiliza-se também pela geografia rica em inselbergs, ou monólitos (formações rochosas isoladas na paisagem), que dominam boa parte da área do município, dos quais o mais famoso é a "Pedra da Galinha Choca".
Área da unidade territorial (km²) - 2.019,833
Densidade demográfica (hab/km²) - 39,91
Prefeito Atual - JOÃO HUDSON RODRIGUES BEZERRA


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Retalhos da História de Quixadá, autor: Costa, João Eudes.
Site IBGE: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=231130

Formação Administrativa de Quixadá

Distrito criado pela Lei Provincial n.º 1.305, de 05-11-1869, com a denominação de Quixadá, subordinado ao município de Quixeramobim.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Quixadá, pela Lei Provincial n.º 1.347, de 27-10-1870, sendo desmembrado do município Quixeramobim. Sede no núcleo de Quixadá. Constituído do distrito sede. Instalado em.

Elevado à categoria de cidade com a denominação de Quixadá pela Lei Provincial n.º 2.166, de 17-08-1889.

Pelo Ato de 13-07-1899 é criado o distrito de Serra de Santo Estevão e anexado ao município de Quixadá.
Pelo Ato de 23-09-1903, é criado o distrito de Serra Azul e anexado ao município de Quixadá.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município aparece constituído de 4 distritos: Quixadá, Serra Azul, Serra de Santo Estevão e São Francisco da Califórnia.
Pelo Ato de 07-10-1914 é criado o distrito de Tapuiará e anexado ao município de Quixadá.
Nos quadros do Recenseamento Geral 1-IX-1920 o município aparece constituído de 5 distritos: Quixadá, Serra de Santo Estevão, Serra Azul, Tapuiará e Califórnia.
Pela Lei Estadual n.º 2.392, de 08-11-1926, o município de Quixadá adquiriu o extinto município de Laranjeiras e o distrito de Barra do Sitiá, como simples distritos.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o município aparece constituído de 10 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Caiçarinha, Choró, Floriano Peixoto, Junco, Laranjeiras, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará, não figurando o distrito de Califórnia.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1936 o município é constituído de 11 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Caiçarinha, Choró, Custódio, Floriano Peixoto, Laranjeiras, Junco, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará, não figurando o distrito de Califórnia.
Pela Lei n.º 406, de 10-10-1937, é criado o distrito de Boa Água e anexado ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1937 o município aparece constituído de 12 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Boa Água, Caiçarinha, Choró, Custódio, Floriano Peixoto, Laranjeiras, Junco, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará.
Pelo Decreto Estadual n.º 448, de 20-12-1938, o município de Quixadá sofreu a seguintes modificações: o distrito de Serra Azul passou denominar-se São Luís; o distrito de Barra do Sitiá passou a chamar-se simplesmente Barra; o distrito de Serra de Estevão tomou o nome Estevão; o distrito de Boa Água passou a chamar-se Água Boa e; o distrito de Floriano Peixoto teve o topônimo alterado para Floriano.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.114, de 30-12-1943, o distrito de Junco passou a denominar-se Muxiopó; o distrito de Laranjeiras passou a chamar-se Banabuiu; o distrito São Luís tomou o nome de Ibaretama; Floriano mudou de nome para Juatama e Água Boa teve seu topônimo alterado para Rinaré.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943 o município é constituído de 12 distritos: Quixadá, Barra, Água Boa, Caiçarinha, Choró, Estevão, Custódio, Floriano, Laranjeiras, Junco, Rinaré, São Luis e Tapuiará.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município aparece constituído de 12 distritos: Quixadá, Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Custódio, Estevão, Ibaretama, Muxiopó, Rinaré, Sitiá e Tapuiará.
Pela Lei Estadual n.º 1.153, de 22-11-1951, o distrito de Estevão passou a denominar-se Dom Maurício.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955 o município é constituído de 12 distritos: Quixadá, Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Custódio, Dom Maurício, Ibaretama, Juatama, Muxiopó, Rinaré, Sitiá e Tapuiará.
Pela Lei Estadual n.º 3.326, de 11-06-1957, o distrito de Muxiopó passou a denominar-se Daniel de Queiroz.
A Lei Estadual n.º 4.447, de 02-01-1959, desmembra do município de Quixadá os distritos de Choro, Caiçarinha, Dom Maurício e Daniel Queiroz, para constituírem o novo município de Choró.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960 o município é constituído de 8 distritos: Quixadá, Banabuiú, Custódio, Ibaretama, Juatama, Rinaré, Sitiá e Tapuiará.
A Lei Estadual n.º 6.709, de 21-10-1963, desmembra do município de Quixadá os distritos de Banabuiú, Rinaré e Sitiá, para constituírem o novo município com denominação de Laranjeiras do Norte.
A Lei Estadual n.º 6.653, de 14-10-1963, desmembra do município de Quixadá o distrito de Ibaretama, elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Quixadá, Custódio, Juatama e Tapuiará.
Pela Lei Estadual n.º 8.339, de 14-12-1965, o município de Quixadá adquiriu os extintos municípios e distritos de Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Daniel Queiroz, Dom Maurício, Ibaretama, Rinaré, Sitíá, como simples distrito.
Pela Lei Estadual n.º 7.104, de 08-01-1964, é criado o distrito de Cipó dos Anjos e anexado ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município é constituído de 13 distritos: Quixadá, Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Cipó dos Anjos, Custódio, Daniel de Queiroz, Dom Maurício, Ibaretama, Juatama, Rinaré, Sitiá e Tapuiará. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-VIII-1988.
A Lei Estadual n.º 11.427, de 26-01-1988, desmembra do município de Quixadá os distritos de Banabuiú, Sitiá e Rinaré, para constituírem o novo município de Banabuiú.
A Lei Estadual n.º 11.431, de 08-05-1988, desmembra do município de Quixadá o distrito de Ibaretama, elevado à categoria de município.
Pela Lei Municipal n.º 1.364, de 14-09-1990, é criado o distrito de São João dos Queirozes, com terras desmembradas do distrito de Daniel de Queiroz, e anexado ao município de Quixadá.
Pela Lei Municipal n.º 1.425, de 10-10-1991, é criado o distrito de São Bernardo e anexado ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 1991 o município é constituído de 8 distritos: Quixadá, Cipó do Anjos, Custódio, Daniel de Queiróz, Dom Mauricío, Juatama, São João dos Queirozes e Tapuiará.
Pela Lei Municipal n.º 1.528, de 09-09-1993, foram criados os distritos de Califórnia e Juá e anexados ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 1995 o município é constituído de 11 distritos: Quixadá, Califórnia, Cipó do Anjos, Custódio, Daniel de Queiróz, Dom Maurício, Juá, Juatama, São Bernardo, São João dos Queirozes e Tapuiará. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.
Pela Lei Municipal n.º 1.866, de 06-04-2000, é criado o distrito de Várzea da Onça e anexado ao município de Quixadá.
Pela Lei Municipal n.º 1.940, de 26-10-2000, são criados os distritos de Riacho Verde e de Custódio e anexados ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 2003 o município é constituído de 13 distritos: Quixadá, Califórnia, Cipó dos Anjos, Custódio, Daniel de Queiróz, Dom Maurício, Juá, Juatama, Riacho Verde, São Bernardo, São João dos Queirozes, Tapuiará e Várzea da Onça. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.


FONTE: Quixadá (CE). In: ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 16. p. 449-455. Disponível em:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_16.pdf.

Hidrografia de Quixadá

Em Quixadá, existem várias reservas de águas, pois há rios, riachos, lagoas e açudes espalhados por todo o município.

Quixadá está localizado em sua maior parte na bacia hidrográfica do rio Sitiá. A nascente desse rio fica em um trecho da Serra do Estevão, localizado no distrito de Custódio e após um curso de 20km é represado, formando o Açude do Cedro. A sua foz é o rio Banabuiú. Foi ao redor de suas margens que a cidade de Quixadá surgiu. São seus afluentes da esquerda, os riachos Cabaça, Muchió, Ipueiras e Catita. Pela margem direita, rio Tapiuará, originário da Serra da Palma.

Uma outra parte do seu território está nas bacias de dois outros rios: o rio Piranji e o rio Choró . O município conta com uma grande quantidade de pequenos reservatórios que estão espalhados em todo o território. No entanto, possui dois grandes reservatórios, ambos localizados no leito rio Sitiá, são os açudes do Cedro, com capacidade de 125.694.200 m³ (composição hidrográfica: rios Sitiá, Caracol, Jatobá e Riacho dos Bois: extensão da barragem 515m), e o Açude Pedras Brancas, com capacidade de 434.049.250 m³, localizado nas terras limites com o município de Banabuiú e Tapuiará, sendo que 70% pertencem ao Distrito de Tapuiará.

(Açude Pedras Brancas. Fonte: Internet)

Os rios e os riachos de Quixadá são temporários ou intermitentes, pois o volume de água diminui ou mesmo desaparece, durante a seca.
A água das lagoas e açudes também aumenta de volume nos períodos de chuva e diminui durante a estiagem. As lagoas se formam naturalmente pelo acúmulo da água da chuva em pequenas depressões do solo. Os açudes são confundidos com as lagoas, mas, diferentemente delas, não se formam naturalmente, sendo construídos pelo homem para acumular água.


(Açude do Cedro. Fonte: Internet)

A construção de açudes é importante para garantir a continuidade do abastecimento de água nas casas e lavouras durante a seca. Em Quixadá existem mais de 40 açudes. Os mais importantes são o Açude do Cedro, que se localiza no distrito-sede, e o Pedras Brancas, no distrito de Tapuiará.
O Açude do Cedro, construído entre 1884 e 1906, é um dos pontos turísticos de Quixadá. O açude Pedras Brancas, construído entre 1969 e 1978, abastece Quixadá e outros municípios vizinhos.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Livro - Conhecendo a História de Quixadá, autores: de Sousa, Manoel Alves; Araújo, Francisca Neide Reginaldo S.; Freires, Maria Nazaré Sousa; Apolônio, Isabel Maria Assunção e Soares, Raimunda Solange.
Livro - Construindo Quixadá - Projeto Infância e Patrimônio, autores: Santos, Lidia Noemia; Vieira, Maria Elia dos Santos e Castelo, Sander Cruz.



Quixadá - Relevos, Solos e Vegetação.

RELEVOS:

Em Quixadá podemos encontrar vários tipos de relevo (Conjunto das terras altas e terras baixas do lugar. Ou seja, o conjunto dos planaltos e das planícies foram o relevo), mas predominam a depressão sertaneja e os maciços residuais.

A depressão sertaneja é típica do região semiárida do Nordeste brasileiro. No Ceará, a depressão sertaneja é formada pelos terrenos que se encontram entre a Serra da Ibiapaba (a oeste), a Chapada do Apodi (a leste), a Chapada do Araripe (ao sul) e o oceano Atlântico (ao norte). Nesses terrenos, os solos são rasos, bastante erodidos e de grande salinização (presença de sal). A vegetação predominante é a caatinga.

Os maciços residuais são elevações serranas, Em Quixadá, exemplos de maciços residuais são as serras do Estevão, Serra Azul (hoje localizada no município de Ibaretama), do Mel, da Estrela, da Pendência, da Negra e do Padre. Serra Branca, Uruçu, Preta, Juá, Balança, Macacos, Faísca e Palma, foram um conjunto de serras mais ou menos interligadas. As serras Passagem, Tanquinhos e Pai Pedro, servem de limite entre Quixadá e Banabuiú, e a Serra Pedra Branca está situada na parte meridional do município.

(Vista a partir da Serra do Estevão. Fonte: Internet)

Você sabia que o clima, o solo, a vegetação e o relevo estão relacionados?
Por exemplo, quanto mais alto o lugar em relação ao nível do mar, mais frio é o clima.

Umas das características mais singulares da paisagem geográfica de Quixadá é a presença de muitos e enormes monólitos (ou inselbergs). Os monólitos são resultado de um processo de erosão do solo que dura milhões de anos.
O que vemos na superfície é apenas a ponta de um conjunto rochoso que está abaixo do solo.
Alguns desses monólitos formam figuras, como o Bico da Arara, Cabeça do Gigante, Cabeça do Et, sem falarmos no cartão postal da cidade: A Pedra da Galinha Choca.
A presença desse tipo de relevo se deve às condições climáticas da região, com períodos de chuva irregular e alta temperatura.

(Pedra da Galinha Choca e demais monólitos. Fonte: Internet)

SOLOS:

O solo de Quixadá é constituído dos seguintes recursos naturais: caulim, feldspato, barro, refeitório, berilo, rutilo, água marinha, turmalina, quartzo, hiliano, cristal de rocha, amianto, arbesto, sal-gema, ardósia, mica, grafita, betume, xistoso, ferro, maganês, carnoto, urânio, ternerite, calcite e areia de moldar.

Os solos quixadaense são pouco profundos em sua maior parte e têm como principal característica encharcar na estação chuvosa e ressecar facilmente nos períodos de estiagem.

(Solo quixadaense em época de secas. Fonte: Internet)

VEGETAÇÃO:

A vegetação predominante em Quixadá é a caatinga arbustiva densa ou aberta, caracterizada pela presença de cactos e vegetação rasteira com árvores baixas e cheias de espinho. Faz parte desse bioma a mudança de cores da vegetação durante o ano. Quando as chuvas caem, predomina o verde; à medida que as chuvas cessam, a vegetação se acinzenta, pois as flores e as folhas morrem e os galhos secam. Elas permanecem assim até a volta das chuvas.


(Vegetação quixadaense em época de secas. Fonte: Internet)

As principais espécies vegetais da caatinga são: braúna, aroeira, catingueira, juazeiro, jurema, carnaúba e cactos. Desses, o xique-xique, o mandacaru, o cardeiro e a palma estão em vários solos de Quixadá.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Livro - Conhecendo a História de Quixadá, autores: de Sousa, Manoel Alves; Araújo, Francisca Neide Reginaldo S.; Freires, Maria Nazaré Sousa; Apolônio, Isabel Maria Assunção e Soares, Raimunda Solange.
Livro - Construindo Quixadá - Projeto Infância e Patrimônio, autores: Santos, Lidia Noemia; Vieira, Maria Elia dos Santos e Castelo, Sander Cruz.



Conhecendo o clima de Quixadá

Quixadá está localizada no sertão do Ceará, mais especificamente na depressão sertaneja (terra aplainada interrompida por súbitos morros isolados, compostos de rochas mais resistentes que as do entorno rebaixado. Essas rochas constituem verdadeiros maciços residuais, que emergem na paisagem isoladamente ou em conjuntos, sendo denominadas, na literatura geográfica, como inselbergues ou inselgebirgues, respectivamente.), onde predomina o clima tropical quente semiárido.



Temperatura: A localização de Quixadá no planeta Terra faz com que o município sofra um processo de insolação. Sua temperatura média varia entre 24ºC a 30ºC, nos períodos de chuva; e no período de estiagem a temperatura ultrapassa os 30ºC. A devastação das matas e as queimadas são fatores para as mudanças de clima, não só em Quixadá, como em todo o estado do Ceará e nas outras regiões do Brasil.

Ventos: Dependendo do lugar ou do período do ano, podemos perceber rajadas de ventos mais fortes ou mais fracas. Em Quixadá, as rajadas de vento mais fortes, permitem, por exemplo, a prática de esportes de voo livre.

Precipitação: Em Quixadá, as chuvas concentram-se no início do ano, mais ou menos entre os meses de janeiro e março, período chamado de "inverno". Nos outros meses, as chuvas são escassas, e a temperatura aumenta. Quando o inverno é irregular, ocorre a seca.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Livro - Conhecendo a História de Quixadá, autores: de Sousa, Manoel Alves; Araújo, Francisca Neide Reginaldo S.; Freires, Maria Nazaré Sousa; Apolônio, Isabel Maria Assunção e Soares, Raimunda Solange.
Livro - Construindo Quixadá - Projeto Infância e Patrimônio, autores: Santos, Lidia Noemia; Vieira, Maria Elia dos Santos e Castelo, Sander Cruz.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Raimundo Waldizar Viana

Raimundo Waldizar Viana, autor da bandeira de Quixadá e de quadros retratando o Quixadá antigo (rural e urbano). Foi um dos músicos fundadores da banda de música de Quixadá. Pintor, desenhista, músico, escultor, entre tantas outras especialidades nas artes. Ele é um grande criador de obras de arte. É um artista plástico que muito nos orgulha.

(Foto: Waldizar Viana.)

Ainda criança, já mostrava tendência para as artes. Estudando com a professora Irene Pinheiro, na escolinha do Alto do São Francisco, chamava a atenção pelo fato de ficar rabiscando livros, cadernos. Algo o impulsionava a ficar sempre desenhando. Ainda adolescente, ficou impressionado com um desenho na parede, feito à lápis,na casa de seu vizinho, Manuel Cunha(Coquinho). Era uma maria -fumaça. Nunca esqueceu aquela imagem. Prestava muito atenção aos quadros nas paredes das casas dos amigos. Na casa de outro amigo, o Geraldinho (filho da Maria do Dedé Soares), ficava contemplando por horas, um quadro em que um homem, montado num cavalo e puxando outro, na beira de um lago. 14 anos incompletos e o menino fez o seu primeiro quadro, na parede da casa, utilizando tintas comuns. O "Chalé da Pedra" foi seu primeiro desenho. Os pais ficaram encantados e uma vizinha por nome Maria das Dores afirmou com ar de certeza "Nesta casa, mora um artista".

O adolescente Waldizar caminhava pela sua bela Quixadá e parava para admirar os letreiros feitos por Antônio Saraiva, nos muros, em várias partes. Além dos letreiros, desenho de animais, casas, instrumentos. Antônio Saraiva foi, sem dúvida, seu primeiro ídolo. Na oficina do Mestre Furtado, onde trabalhava seu irmão Joaquim, ficava contemplando cartolinas penduradas na parede, com lindos desenhos. O autor Antônio Piroba, era conhecido na cidade como desenhista de muitos talentos. Sempre passava em frente à casa do bancário Narcílio Bezerra, filho do Senhor Hercílio Bezerra para admirar as paisagens lindas, presentes na fachada da casa. Era a década de 60! Muitos frequentadores do extinto "Cine Quixadá", além dos filmes, curtiam os cartazes desenhados por Waldizar e seu amigo Jocineide. Estava decidido a ser artista, a não parar mais de pintar. Precisava lapidar a sua vocação e fez um curso por correspondência na "Escola Panamericana de Artes" que lhe foi de grande utilidade. 

Profissionalmente, sem primeiro quadro foi " A Degolação de São Batista". O artista é admirador de pinturas sacras, sendo um dos temas mais utilizados na sua arte. Precisava trabalhar e na loja do Senhor Henrique expunha seus trabalhos, chamando a atenção de muita gente. Um quadro mostrando uma cena nordestina chamou a atenção da escritora Rachel de Queiroz e o jovem artista a presenteou. Pouca gente sabe mas Waldizar é o autor da bandeira do município. Era o ano de 1967 e o prefeito José da Páscoa designou uma comissão para falar com o artista, formada por Fernando Turbay, Maura Capistrano, Antônio Capistrano. O trabalho foi muito elogiado. O dono da loja, Senhor Henrique, certa vez falou: "O Viana não nasceu para o balcão e sim para as artes". Na loja mesmo, desenhava pessoas, conhecidas na cidade como Maurício Holanda, Senhor Nobre e outros. As encomendas de desenhos aumentavam a cada dia. Então, Waldizar já era considerado um grande artista.

Naqueles anos na terra dos monólitos, a arte teatral explodia, envolvendo um grande número de jovens atores e adultos. Waldizar era o responsável pela cenografia, ou seja, a arte presente na parede do fundo do palco. E aí, muita emoção, veio a primeira exposição que aconteceu no "Teatro Alberto Baquit Junior", dezembro de 1969. Se faz necessário afirmar que no tempo que morou em Fortaleza, participou de várias exposições sendo bastante elogiado por grandes mestres da pintura cearense. Meados dos anos 70! Na capital, teve contato com consagrados artistas plásticos que lhe passaram muitas informações. Em Fortaleza, como também na terra dos monólitos, participou de exposições individuais e coletivas. Em Fortaleza, trabalhando como desenhista publicitário, realizou trabalhos para grandes veículos da comunicação escrita. Mas em 1981, veio embora definitivamente para sua cidade natal pois havia sido aprovado num concurso do "Inamps"; Não demorou e organizou um atelier em sua própria casa, o lugar em que mais gosta de ficar e que é bastante visitado. 

O artista plástico quixadaense é bastante requisitado por grandes escritores para a confecção das artes presentes na capa e no interior dos livros. Foi bastante elogiado o seu trabalho realizado nos livros "Retalhos da História de Quixadá" e "Ruas que Contam a Nossa História" de autoria do escritor João Eudes Costa.


Atelier Waldizar Viana, no município de Quixadá.

Travessa Juscelino Kubitschek, 224
Alto São Francisco - Quixadá - CE

FONTE: http://amadeufilhoquixada.blogspot.com.br/2013/04/quixada-e-assim-maioria-dos.html